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- Arquiteto Urbanista , especialista em Conforto Am-biental e Efciência Energética pela USP, - Mestre pela Universidade de São Paulo na área de edifícios de escritórios e alta tecnologia, - Professor de Graduação e Pós-Graduação da fa-culdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
- Arquiteto titular do escritório “RVA & Associados”, - Membro do GBCB,
- Diretor da CA2 – Consultores Ambientais Associados.
“Os números não mentem!!!” Será? O
s cartesianos de plantão costumam utilizar tais axiomas para va-lidar suas estratégias e raciocínios. Entretanto, quando se trata de sustentabilidade, onde há mais perguntas que respostas, os custos tangíveis não respondem mais às demandas e necessidades da sociedade. O mercado imobiliário brasileiro deverá brevemente adotar novos parâmetros para validar suas gestões de custos frente ao fato que o risco da não adoção de práticas sustentáveis nos processos de produção; o risco de não adotá-las está fcando maior.
Neste sentido, cristalizam-se 2 conceitos, dentro do pensamento econômico mundial, que serão a base de uma nova equação de custos, que agregam passivos e ativos ambientais:
1. A perenidade de um negócio será diretamente proporcional ao seu padrão de sustentabilidade econômica, social e ambiental. 2. Sustentabilidade não é custo, é investimento.
Tais tendências, quando confrontadas com a realidade da indús-tria da construção civil no Brasil, adquirem um status abstrato e distante. E quando eventualmente incorporadas a um empreendimento imobiliário, assumem um caráter de diferencial de marketing , direcionado a um pe-queno nicho do mercado. Concretamente, não passam de uma superfcial “eco-maquiagem”, ainda que com inúmeras exceções.
A despeito deste cenário, acredito, com ressalvas, que todo setor imobiliário gostaria de produzir sem agredir o meio ambiente, garantindo altos níveis de efciência energética nas edifcações, reduzindo custos ope-racionais do empreendimento, contribuindo no esforço para redução das emissões de CO
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, bem como ampliando os padrões de produtividade e saú-de dos usuários.
Estes atributos, entre outros, já foram qualifcados e quantifca-dos por inúmeras pesquisas internacionais, e demonstram a necessária e urgente reformulação dos processos de produção dos edifícios e cidades, tendo em vista o enorme impacto do setor da construção civil no contexto das questões ambientais e energéticas.
Todavia a competitividade do setor, aliada a outros fatores como padrão de desenvolvimento tecnológico, ausência de cultura especifca em toda a cadeia produtiva, legislação incipiente, mercado restrito e elitizado,
fortalecimento de um ciclo virtuoso nascente.
Mas afnal é mais caro desenvolver um produto imobiliário sus-tentável? A resposta está em algum lugar entre NÃO e DEPENDE . Nos últimos anos, tem-se divulgado valores percentuais de acrés-cimo à construção convencional que beiram ao irracional, desde compro-vações empíricas de que o investimento inicial é menor, a incrementos da ordem de 30% a 40%. Avalia-se o custo adicional destes empreendimentos como se tivessem o mesmo padrão tecnológico, pertencessem a mesma tipologia de edifcação, tivessem os mesmos atributos de sustentabilidade, a mesma metragem quadrada, etc.
Este equívoco, a “desinformação”, trabalha contra a plena ado-ção das práticas necessárias às reduções do impacto ambiental das edifca-ções. Quando afrmo que não há custos adicionais, não me refro ao capital inicial necessário à realização do empreendimento, e sim aos benefícios fnanceiros e ambientais futuros. Neste sentido, alguns conceitos deveriam defnitivamente passar a integrar os estudos de viabilidade dos empreendi-mentos imobiliários.
O primeiro, e talvez o mais importante, seja a inclusão das va-riáveis relacionadas ao ciclo de vida das edifcações. Considerando um período de vida útil de 50 anos em operação, os custos de projeto e constru-ção representam menos de 10% dos custos com a operação, insumos, ma-nutenção e pessoal ao longo de seu ciclo de vida. Neste cenário, um custo adicional de 2% por exemplo, sobre o montante que representa apenas 10% do custo total pode ser considerado desprezível, face aos benefícios diretos e indiretos da inclusão de tecnologias e estratégias voltadas à redução do impacto ambiental das edifcações.
Ricardo Vasconcelos
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