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sei o assunto está em discussão na justiça, mas as obras estão em andamento acelera-do, devendo ser concluídas em meados de dezembro, o que permitirá a obtenção do Habite-se para todo o conjunto JK. Acredi-to que a reação do empresário foi absoluta-mente natural neste caso, já que para cons-truir um prédio ele realiza um empréstimo, usa capital próprio, tem o empreendimento pronto e 3 ou 4 mil empregos em risco e, de repente, não permitem a abertura do lo-cal. Ele recorreu à justiça, tem ações em andamento e está executando as obras de contrapartida previstas. Antes disso, ele já havia feito o Parque do Povo, as calçadas

novas e as ciclovias.

As contrapartidas, olhando o negócio como um todo, são corretas. Mas para isso, todas as construções neste entorno pagaram por isso. Elas compraram os CEPACS para ter potencial adicional e a lei que criou estes certifcados diz que é necessário o poder público investir em melhorias na região afetada. A lei é certa, afnal, um empreen-dimento que irá gerar riqueza própria tem que contribuir para a vizinhança. Mas não se pode achar que isso irá substituir a ini-

Entrevista

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“A queda na taxa de juros valorizou as propriedades. E o efeito geral para a economia é ótimo, já que, no médio prazo é estimulado o crescimento de todo o mercado. Com essa nova situação, começa-se a perceber que o investimento terá maior rentabilidade se for feita uma expansão na atividade produtiva”.

A redução da taxa de juros afetou os ne-gócios da empresa em São Paulo e ou-tras cidades? De que maneira?

Ela afetou positivamente redu-zindo os nossos custos e permitindo no-vos investimentos. Além disso, a queda na taxa de juros valorizou as propriedades. E o efeito geral para a economia é ótimo, já que, no médio prazo é estimulado o cresci-mento de todo o mercado. Com essa nova situação, começa-se a perceber que o in-vestimento terá maior rentabilidade se for feita uma expansão na atividade produti-va, por exemplo, com a taxa de juros mais baixa, e consequentemente, uma economia em crescimento, o empresário poderá fazer uma ampliação da sua unidade fabril, abrir mais lojas, vai demandar mais centros de distribuição, pois o consumidor terá mais condições de fnanciar compras. Isso afeta positivamente os negócios, reduzindo os custos e estimulando a economia.

Comente as contrapartidas exigidas pela Prefeitura para a liberação do Habite-se e a sua opinião sobre o caso do Walter Torre, que por conta da burocracia na liberação da documentação em empre-endimentos como o Pátio Malzoni e as Torres JK, afrmou que não irá mais construir em São Paulo?

Existe uma lei municipal que per-mite que, caso as contrapartidas não sejam executadas até o término das obras, a em-presa comprove que tem capacidade fnan-ceira para executar a obra fazendo um de-pósito em dinheiro ou garantias bancárias. Neste caso, a Prefeitura emite um docu-mento provisório que determina um perío-do em que a instalação deve ser executada. No caso da W Torre, no empreendimento JK, a Prefeitura e o Ministério Público jul-garam que as garantias não se aplicavam e exigiram a execução das obras. Até onde eu

ciativa do governo de executar as obras ur-banas necessárias para benefício da popu-lação, não se pode colocar todo o ônus da melhoria urbana no empresariado privado ou em um determinado empreendimento. O excesso de custos, além dos já elevados impostos, resulta em aumento nos alugueis e no preço dos terrenos. Não se pode ter um ônus desproporcional em relação à vantagem que o empreendedor poderia ter. É só observar tudo que foi arrecadado na Operação Faria Lima, na venda dos CE-PACS e o pouco que foi feito em relação à estrutura viária e de transporte no local nos últimos 10 anos.

Qual é o efeito no custo de uma obra sus-tentável, com certifcado LEED ?

A certifcação LEED é muito mais uma questão de disciplina e fazer as coisas certas desde o início. É também uma questão de educação e respeito à po-pulação, não só uma questão comercial. O ideal é evitar desperdícios, cuidar do descarregamento de produtos que eventu-almente podem ser tóxicos na obra, pen-sar na emissão de poeira e conservação de energia. Tudo isso leva a obter um prédio que tem maior durabilidade, resiste me-lhor às ações do tempo e consegue manter os valores de locação por períodos maio-res, além de preservar o meio-ambiente. Os custos precisam ser proporcionais e nós procuramos dosar, por exemplo, em prédios onde conseguimos antecipar va-lores de locação mais elevados. Vamos a fundo nas especifcações e tentamos obter uma certifcação adequada. Bem geridas, as providências para obtenção de certif-cação representam até mesmo uma econo-mia no desenvolvimento da obra. n

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