Page 13 - Edição 18

This is a SEO version of Edição 18. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »

13 Escritórios

PROF. DOUTOR CLAUDIO TAVARES DE ALENCAR (NRE-POLI) APONTA CRESCIMENTO NA BUSCA POR PROFISSIONALIZAÇÃO NO MERCADO DE REAL ESTATE

Desde quando existe o Núcleo de Real Estate (NRE-POLI) e como ele tem colaborado para a profssionalização do mercado?

O núcleo foi criado em 2000 e originou-se a partir de um grupo de pesquisa que se chamava Gerenciamento de Empresas e Empreendimentos da Construção Civil. Ele foi estruturado a partir da década de 80, pelo Professor João da Rocha Lima Jr , depois entrou a professora Eliane Monetti e eu, e já possuía mestrado e doutorado desde esta época. Aqui no núcleo, tínhamos um curso de especialização em Gerenciamento de Empresas e Empreendimentos, que se tornou o atual MBA em Real Estate: Economia Setorial e Mercados, isso no fnal da década de 90, quando as grandes lacunas de conhecimento no segmento exigiam a criação de um canal de interação com o meio para dar suporte à produção de pesquisas aplicadas que possamser utilizadas por profssionais e fundos de investimento no dia a dia corporativo. Pesquisas acadêmicas com este foco de aplicação direta buscam solucionar problemas reais do mercado imobiliário brasileiro.

Sobre a evolução do NRE, estamos crescendo. Atualmente temos cursos depós-graduação stricto sensu ,mestradoedoutorado, um conceituado MBA, que existe há muito tempo, e cursos in company , que oferecemos commenor frequência, mas que atende a demandas específcas das empresas, visando resolver algum problema de forma isolada. Aqui na Escola Politécnica acabou de ser criado um mestrado profssional focado em inovação na construção civil, onde Real Estate é uma das linhas de pesquisa e estudo. É uma proposta diferente do mestrado acadêmico, e tem objetivos distintos dos do MBA, está mais próximo de uma parceria de pesquisa entre empresa e universidade, na qual o aluno traz um problema real da empresa para ser estudado para buscar uma solução por meio da pesquisa desenvolvida no programa, assim é possível alcançar uma relação de benefício mútuo, sempre com foco em inovação.

Você pode traçar um panorama do atual cenário do mercado imobiliário corporativo, ou seja, de escritórios comerciais em São Paulo?

Primeiro é necessário separar em dois grandes segmentos, o mercado corporativo de grandes lajes e o de salas menores, os offces , pois os dois têm dinâmicas diferentes. O corporativo tem uma relação mais intensa com a macroeconomia do que a dos offces . Avaliando o que aconteceu nos últimos 13 anos nestes dois mercados, de acordo com o meu entendimento, o corporativo tem um comportamento claramente cíclico, temos um histórico de comportamento do mercado que mostra claramente as ondas de preços e vacâncias médias. A partir de meados da década de 90, houve uma expansão do desempenho médio, as taxas de ocupação subiram e este cenário foi se desenrolando até 2000 mais ou menos. A partir deste momento, ocorreu uma infexão com o surgimento de um excesso de oferta, os preços começaram a cair, a economia brasileira deu uma travada e, muitos projetos que foram desenvolvidos com olhos na curva ascendente, entraram no mercado justamente quando a economia sofreu uma invertida.

Essa invertida de curva vai de 2001 até 2005 aproximadamente, quando ocorre uma reversão. Começam a faltar edifícios corporativos no mercado, os preços voltam a crescer e as ocupações a subir, uma recuperação muito clara do mercado. Com isso, novos projetos entram para suprir uma demanda reprimida. Esta conjuntura perdurou até por volta de 2011. Porém, de um ou dois anos para cá, já visualizamos uma nova expectativa de queda de desempenho médio, o que caracterizará o terceiro ciclo do mercado na cidade de São Paulo desde a década de 90.

Você acredita que com a enorme entrega de estoque prevista para os próximos 12 meses (cerca de 500 mil m² de Classe A e 390 mil m² de outros, só no município de São Paulo), a taxa de vacância irá aumentar gerando uma pressão de diminuição nos valores de locação?

Tudo depende de como a economia se comportará nos próximos dois ou três anos. As expectativas não são das mais promissoras para 2013 e 2014. No próximo ano talvez um pouco melhor, por conta do processo eleitoral. O governo provavelmente vai incentivar a atividade e tomará decisões para estimular a economia, porém, existe uma série de restrições, como a infação e gargalos de mão de obra e infraestrutura. Esse crescimento modesto não será sufciente para absorver a quantidade de metros quadrados que serão entregues. Entretanto, do lado de quem está ofertando, também não será possível reduzir muito os preços, pois quando estes projetos foram iniciados era outro momento do mercado, quando os custos de produção dos projetos já estavam altos, com os terrenos mais caros e, ainda, as questões de outorgas e de prazo

Page 13 - Edição 18

This is a SEO version of Edição 18. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »